quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

(quase brando, acendo um fogo)

assim que passamos pela cerca, Sabiá
que em terras desconhecidas,
estímulo tão incrível arRaia
não conhecidas em territórios geofísicos
e quimeras
    pela não presença anterior de toques
e sorrisos comunicatímidos
    pelo não acontecimento do encontro repetitivo
daquelas línguas
    pela absurdez do universo em separar o ar e a terra
os difundir e os agregar:
fazendo competir na sinuca, nos horários de sono, na imensidão da ansiedade
+ na falta de rotina
lábios que, juntos, são da cidade os mais bonitos
enquanto gritávamos com nossos diferentes sotaques que odiávamos nossas artes
em madrugadas intermináveis de um tempo vertiginoso
tocadas por instrumentos que dizemos não gostar
(a propósito, acho incrível quando resolve me mostrar algo novo)
como às que planejamos viagens em últimas caronas-vôos
sendo deus e deusa
brindando serenos por dividir a mesma
dimensão do espaço-tempo
por não confiarmos um no outro mas mesmo assim fecharmos os olhos
numa tentativa de achar a resposta para o grande questionamento:
“há leveza no caos?” (não)
com traços livres e tinta seca
há real acalento? (não sei)
questiono à Íris, respingo, cometa
diretamente proporcional ao tamanho dos seus cílios
que margeiam possuídas janelas negras
(avermelhadas, castanhas, de sol)
sem respostas, seguindo o princípio da incerteza
plantando uma árvore na cozinha
esquentando o amor, livrando-o da cela
seu corpo magia e sua alma de fera
menina bonita da Zona da Mata
graças a Deus, fui àquela festa
canina-felina, se pá me espreita
fácil ver a lua crescente não será
atrito estático rompido foi mais difícil
e juro, cinematicamente retilíneo uniforme, te adular
leve como cinema que nunca fomos
leve flor pluma, se existir, perfeita
avoa!
projeta
desenha em tudo que suas mãos alcançarem,
vai além!
transforma tudo que seus lábios cantarem
expressionista de todo jeito
suave? ai de quem
te cheirar e decorar
e não aproveitar o efeito
da bruxa taurina, das plantas que nascem,
cidades que só descem
cidades que nos latem
que o manco não venha,
que durma até tarde.

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