sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

alguns dos poemas por debaixo dos cachinhos (2016)

[virginiana]

cê me mostra, enquanto aqui,
que certas despedidas são incríveis
quando despida, me vê partir
da nuca à lua
dos encantos sóbrios
ao tentador sentir
e que ao invés de bençãos
mordidas no pescoço
que atingem a aura
e deeeescem
        como mantra
tingindo de versos
seu ser-mulher-corpo
em sincronia à venus
marco histórico do dia-a-dia
tenha certeza, antimonotonia
de todas as poesias
favorita é a minha:
nossa doce assimetria.

[é alto daqui]

essa pós-rock madrugada
com perfume pra nada
que sussurra seu nome
e "grita!", me encoraja
"igual a ela ninguém beija"
sutil, ao pé do ouvido
severina que rasteja
serpente mal-amada
depois de tentar, "duvido"
pois se minto tão bem,
que sejas vítima, alvorada
minha mão e essa sacada
esse vento que me corta,
o som de Marçal, Juçara
essa racionalidade falha
e todas as outras rimas
que também estão em falta.

[haicai do sincericídio]

faltam-lhe penas
é a sua pena
não terei pena

[haicai do atraso (ou da desilusão)]

o amor dorme cedo
e os rocks começam
tarde(s) demais.

[haicai da abstinência]

de tantas incertezas
há uma mais plena:
hoje pensei mais em
cigarros, vodka ou Milena?

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