crianças não perguntam por acaso
dúvidas não escorrem pelo ralo
respostas sólidas que passíveis de molduras
predestinam todas as mudanças de estado
todas as sinapses, doenças e curas,
que só aprendi fim do ano passado
bem por isso julguei necessário
falar aqui de Deus e das ruas,
que os erros adultos têm mais de um lado,
escrever sobre o meu último aniversário
superando crescente os ciclos da lua
cortando, todos os dias, o hoje do calendário
enfrentando terríveis lutas
chorando antes de dormir
(sempre que a mente se encontra ligada)
extremamente ansioso, cansado,
além,
por precisar provar pra um agressor alcoolizado
por querer ajudar uma guerreira injustiçada
apoiada, te amo!, em infinitos améns
ambos perdidos por serem socializados
repetindo como gritos em cavernas, vales, ecos
seguindo as leis da física: eu também:
fruto de tantos fardos…
de arcano pessoal A Temperança
que viajou e viu o mundo mais de perto,
aprendeu na terapia que não existe O certo
(percebeu, fadado)
que sempre duvidou das religiões
do amor, honestidade e confiança
pelo suor dos pés e mãos, incomodado,
acreditando até hoje em Esperança
sem mais admirar jargões
na peleja, sendo podado,
competindo pela luz do sol
pela absorção de água e nutrientes
inter/intraespecificamente, por espaço
implorando perdão por ser tão tóxico
(quero que saiba que eu fui o errado)
não soube brincar direito
sempre andei sozinho pelos matos
queimando e fumando arbustos e galhos
matando bichos, sofrendo calado,
com ódio do meu corpo, cara e cabelo
“dessa vez eu vou pro inferno…”
“Deus, perdoe os meus pecados!”
“vão dizer que eu sou fresco”
ansioso desde os 5,
em lembranças acompanhado
“acompanhamento” impossível,
capitalizado
e logo as culpas não existem
nem respostas, nem lamentos
todos povos são estruturados!
tudo é questão de foco
(sonhos morrem, sonhos nascem)
tudo é questão de lado
um abraço, um momento
Armaria, enjoado,
com os mesmos questionamentos
não responderam no passado
não me disse o mundo lá fora
sensível, pseudo-solitário,
agradecendo aos meus amigos
(por responder, tentarem, agora)
apenas seguindo as horas,
o sonho da casa própria,
não só ver o próprio umbigo
ser um autônomo bem bancado
dominar todo o meu ar
obter alguma resposta
ter animais, plantas, ser saudável,
sincero, assegurado
vencer os mais exímios inimigos
(a vida também não sabe brincar).
Mas, quem sabe,
um dia eu me reparo.
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