Cada vértebra do Espinhaço que esfria e grita de noite,
ouvida em todo planalto atlântico
perto da Bahia sudoeste,
perto do maior pequizeiro,
ali, acima e sedimentar Minas do Norte
insiste na visão: é (d)o futuro arterial corte
e outros na pele quem veem, de fronte, ao presente:
- Anunciação!
as trombetas que tocarão no estômato aberto celestial
não serão de proibidas bossas, nem de glórias ou perdão,
não decidimos ou não sabemos opinar sobre um copo de cólera
sem censura, martelados por pregos da verdade aos escancarados olhos
forjados à falta de chuva e fogo, com a caligrafia sórdida
de deus pai todo poderoso:
- não nos levaram a sério nos sistemas classificatórios
e de irrigação;
- um estado ciclópico requer ampla variação de gestão
de acordo com a região, o povo, a economia, a biogeografia,
a saúde e a educação;
- o mecanismo adoece quem nunca teve ou perde
as cobertas propriedades, capacidades e direitos das mentiras estruturais;
- é improvável tornar ou ser radical com-quem não vê o risco iminente
de não estar no topo de uma cadeia alimentar, que o mais escório:
por aí vomitam estarmos;
- boa parte do tempo é perdido, diferentemente da matéria envolvida nos processos:
a matéria é transferida, é seletiva sua conservação;
- é deprimente que boa parte de nós participou de uma cena curta, longe e ossuda, com pouca carne, com todo o sangue;
- obviamente: o martírio é a moeda que pagamos.
Não me canso de tomar sol matinal no quintal da gratuidade de pequenas peças de empórios
enquanto havia tempo e eu era sucinto
cometeria,
se fosse como agora,
que aqui em meu pescoço um fantasma sempre lambe
se, e somente se, como em matemática
estaria atomicamente particularizado,
longe;
eu pudesse mudar esse Anúncio,
eu soubesse contar, fazer planos
eu pudesse plantar concreto em terra descompactada
não cometeria!
Não cometi. tão cometa, uma seta flecha à Terra
a terra úmica, preta, muito intemperizada, rica em matéria orgânica junto à decomposição com taxa alta
lágrima refeita,
perfeita utopia ou raiva justa: a ideia
porque eu sequei, seguindo meu embrião de morros rochosos e bastante primários
durante todas as estações
quando os raios solares municiam o capitalismo com todo tipo de equipamento bélico nuclear
fazem de mim "cigana-do-mato"
ou alternanthera tenella na seca
nunca faltando coragem,
pelo suor ser fotorrespiração
resistir, não perder água
faz sentido o não chorar
pelo gado-rio-plantio-lago-mato-afago
devastado
(porque leite derramado é coisa de república mata atlântica)
me fazendo seguir, manuseando
o leme, abrupto
tardio, tropeiro
reagindo astuto
deficiente de semântica
transeunte peregrino do planalto,
dos dentes arreganhados
engolindo sem mastigar a Serra Geral, azul, de sol com sono
sem cansar de assistir as cenas que (bom) "eu já tinha gravado"
no Alto Rio Pardo
pois dessa vez eu juro que não durmo!
- nunca dormimos direito.
Isso é outro ponto
chagas ou quebranto
e para terminar com tudo
isto,
só nos resta esperar a chuva
vento médio meridiano
frio,
depois de um dia quente, de nuvem e a falta de estrelas no céu
o Rio Cedro vai encher e transbordar
indicando a necessidade de brincar com o universo:
- fazer o teto anil tenaz soluçar
por réu ou de rir;
- desestruturar e reorganizar os índices de desenvolvimento humano de todos os territórios.
Trapaceando o meu tato, fingindo não sentir
o cheiro
imensa cria de meu povo, quero nos manter eutróficos,
esverdear esse carrasco,
sempre pintar meu cabelo
trabalhar com a capacidade máxima de absorção
desaguar em todo o trópico
será ainda pré-era-da-máquina
a época próspera de produzir
tem carnaval em fevereiro
continuem, ressuscitem-se!
as rachaduras ainda somem
as injúrias foliares sumirão
façam seu jogo pra mim.
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
sábado, 14 de dezembro de 2019
criança
crianças não perguntam por acaso
dúvidas não escorrem pelo ralo
respostas sólidas que passíveis de molduras
predestinam todas as mudanças de estado
todas as sinapses, doenças e curas,
que só aprendi fim do ano passado
bem por isso julguei necessário
falar aqui de Deus e das ruas,
que os erros adultos têm mais de um lado,
escrever sobre o meu último aniversário
superando crescente os ciclos da lua
cortando, todos os dias, o hoje do calendário
enfrentando terríveis lutas
chorando antes de dormir
(sempre que a mente se encontra ligada)
extremamente ansioso, cansado,
além,
por precisar provar pra um agressor alcoolizado
por querer ajudar uma guerreira injustiçada
apoiada, te amo!, em infinitos améns
ambos perdidos por serem socializados
repetindo como gritos em cavernas, vales, ecos
seguindo as leis da física: eu também:
fruto de tantos fardos…
de arcano pessoal A Temperança
que viajou e viu o mundo mais de perto,
aprendeu na terapia que não existe O certo
(percebeu, fadado)
que sempre duvidou das religiões
do amor, honestidade e confiança
pelo suor dos pés e mãos, incomodado,
acreditando até hoje em Esperança
sem mais admirar jargões
na peleja, sendo podado,
competindo pela luz do sol
pela absorção de água e nutrientes
inter/intraespecificamente, por espaço
implorando perdão por ser tão tóxico
(quero que saiba que eu fui o errado)
não soube brincar direito
sempre andei sozinho pelos matos
queimando e fumando arbustos e galhos
matando bichos, sofrendo calado,
com ódio do meu corpo, cara e cabelo
“dessa vez eu vou pro inferno…”
“Deus, perdoe os meus pecados!”
“vão dizer que eu sou fresco”
ansioso desde os 5,
em lembranças acompanhado
“acompanhamento” impossível,
capitalizado
e logo as culpas não existem
nem respostas, nem lamentos
todos povos são estruturados!
tudo é questão de foco
(sonhos morrem, sonhos nascem)
tudo é questão de lado
um abraço, um momento
Armaria, enjoado,
com os mesmos questionamentos
não responderam no passado
não me disse o mundo lá fora
sensível, pseudo-solitário,
agradecendo aos meus amigos
(por responder, tentarem, agora)
apenas seguindo as horas,
o sonho da casa própria,
não só ver o próprio umbigo
ser um autônomo bem bancado
dominar todo o meu ar
obter alguma resposta
ter animais, plantas, ser saudável,
sincero, assegurado
vencer os mais exímios inimigos
(a vida também não sabe brincar).
Mas, quem sabe,
um dia eu me reparo.
dúvidas não escorrem pelo ralo
respostas sólidas que passíveis de molduras
predestinam todas as mudanças de estado
todas as sinapses, doenças e curas,
que só aprendi fim do ano passado
bem por isso julguei necessário
falar aqui de Deus e das ruas,
que os erros adultos têm mais de um lado,
escrever sobre o meu último aniversário
superando crescente os ciclos da lua
cortando, todos os dias, o hoje do calendário
enfrentando terríveis lutas
chorando antes de dormir
(sempre que a mente se encontra ligada)
extremamente ansioso, cansado,
além,
por precisar provar pra um agressor alcoolizado
por querer ajudar uma guerreira injustiçada
apoiada, te amo!, em infinitos améns
ambos perdidos por serem socializados
repetindo como gritos em cavernas, vales, ecos
seguindo as leis da física: eu também:
fruto de tantos fardos…
de arcano pessoal A Temperança
que viajou e viu o mundo mais de perto,
aprendeu na terapia que não existe O certo
(percebeu, fadado)
que sempre duvidou das religiões
do amor, honestidade e confiança
pelo suor dos pés e mãos, incomodado,
acreditando até hoje em Esperança
sem mais admirar jargões
na peleja, sendo podado,
competindo pela luz do sol
pela absorção de água e nutrientes
inter/intraespecificamente, por espaço
implorando perdão por ser tão tóxico
(quero que saiba que eu fui o errado)
não soube brincar direito
sempre andei sozinho pelos matos
queimando e fumando arbustos e galhos
matando bichos, sofrendo calado,
com ódio do meu corpo, cara e cabelo
“dessa vez eu vou pro inferno…”
“Deus, perdoe os meus pecados!”
“vão dizer que eu sou fresco”
ansioso desde os 5,
em lembranças acompanhado
“acompanhamento” impossível,
capitalizado
e logo as culpas não existem
nem respostas, nem lamentos
todos povos são estruturados!
tudo é questão de foco
(sonhos morrem, sonhos nascem)
tudo é questão de lado
um abraço, um momento
Armaria, enjoado,
com os mesmos questionamentos
não responderam no passado
não me disse o mundo lá fora
sensível, pseudo-solitário,
agradecendo aos meus amigos
(por responder, tentarem, agora)
apenas seguindo as horas,
o sonho da casa própria,
não só ver o próprio umbigo
ser um autônomo bem bancado
dominar todo o meu ar
obter alguma resposta
ter animais, plantas, ser saudável,
sincero, assegurado
vencer os mais exímios inimigos
(a vida também não sabe brincar).
Mas, quem sabe,
um dia eu me reparo.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
faz de novo aquela cena? (2017)
jura ao vento sanidade
me fala sobre suas teorias
das falsas verdades
me conta das suas virtudes
que pelas práticas são plenas
- e
me ajuda com esse título?
Conturbada Serenidade?
cê fica tão bonita atuando
eu adoro seu sotaque
e o porque de tudo isso
- amo nossas mentes prolixas
suas mais ácidas queixas
nossa, gostei de Açucena
ideia regional de arte
(vou até escrever outro poema)
sobre seus assassinos movimentos de gueixa;
- ou
enquanto toca a nossa fita
toca meus lábios com seus olhos
fita minha mão com suas coxas
tape seus medos com nossas penas
malabareia meus passos tortos
- te acompanho em outro mergulho
só peço calma, só de voar me orgulho
como clima que nada amena
seus olhos e suas melenas
meus infinitos papéis dramáticos
verbalizando mudos barulhos
- faz de novo aquela cena?
toma, usa as claves
deixa que faço as maquiagens
respeitável público, tomem coragem
que ela é tsunami de saturno
nunca precisou de aplausos ou chaves
- e (abrupto)
divide o palco comigo?
assume pra mim que gosta de claridade
que nossas diferenças são fáceis
não nos preocupamos com normas
liricamente somos compáteis.
que juntos somos, como achado, os melhores artistas perdidos.
me fala sobre suas teorias
das falsas verdades
me conta das suas virtudes
que pelas práticas são plenas
- e
me ajuda com esse título?
Conturbada Serenidade?
cê fica tão bonita atuando
eu adoro seu sotaque
e o porque de tudo isso
- amo nossas mentes prolixas
suas mais ácidas queixas
nossa, gostei de Açucena
ideia regional de arte
(vou até escrever outro poema)
sobre seus assassinos movimentos de gueixa;
- ou
enquanto toca a nossa fita
toca meus lábios com seus olhos
fita minha mão com suas coxas
tape seus medos com nossas penas
malabareia meus passos tortos
- te acompanho em outro mergulho
só peço calma, só de voar me orgulho
como clima que nada amena
seus olhos e suas melenas
meus infinitos papéis dramáticos
verbalizando mudos barulhos
- faz de novo aquela cena?
toma, usa as claves
deixa que faço as maquiagens
respeitável público, tomem coragem
que ela é tsunami de saturno
nunca precisou de aplausos ou chaves
- e (abrupto)
divide o palco comigo?
assume pra mim que gosta de claridade
que nossas diferenças são fáceis
não nos preocupamos com normas
liricamente somos compáteis.
que juntos somos, como achado, os melhores artistas perdidos.
alguns dos poemas por debaixo dos cachinhos (2016)
[virginiana]
cê me mostra, enquanto aqui,
que certas despedidas são incríveis
quando despida, me vê partir
da nuca à lua
dos encantos sóbrios
ao tentador sentir
e que ao invés de bençãos
mordidas no pescoço
que atingem a aura
e deeeescem
como mantra
tingindo de versos
seu ser-mulher-corpo
em sincronia à venus
marco histórico do dia-a-dia
tenha certeza, antimonotonia
de todas as poesias
favorita é a minha:
nossa doce assimetria.
[é alto daqui]
essa pós-rock madrugada
com perfume pra nada
que sussurra seu nome
e "grita!", me encoraja
"igual a ela ninguém beija"
sutil, ao pé do ouvido
severina que rasteja
serpente mal-amada
depois de tentar, "duvido"
pois se minto tão bem,
que sejas vítima, alvorada
minha mão e essa sacada
esse vento que me corta,
o som de Marçal, Juçara
essa racionalidade falha
e todas as outras rimas
que também estão em falta.
[haicai do sincericídio]
faltam-lhe penas
é a sua pena
não terei pena
[haicai do atraso (ou da desilusão)]
o amor dorme cedo
e os rocks começam
tarde(s) demais.
[haicai da abstinência]
de tantas incertezas
há uma mais plena:
hoje pensei mais em
cigarros, vodka ou Milena?
cê me mostra, enquanto aqui,
que certas despedidas são incríveis
quando despida, me vê partir
da nuca à lua
dos encantos sóbrios
ao tentador sentir
e que ao invés de bençãos
mordidas no pescoço
que atingem a aura
e deeeescem
como mantra
tingindo de versos
seu ser-mulher-corpo
em sincronia à venus
marco histórico do dia-a-dia
tenha certeza, antimonotonia
de todas as poesias
favorita é a minha:
nossa doce assimetria.
[é alto daqui]
essa pós-rock madrugada
com perfume pra nada
que sussurra seu nome
e "grita!", me encoraja
"igual a ela ninguém beija"
sutil, ao pé do ouvido
severina que rasteja
serpente mal-amada
depois de tentar, "duvido"
pois se minto tão bem,
que sejas vítima, alvorada
minha mão e essa sacada
esse vento que me corta,
o som de Marçal, Juçara
essa racionalidade falha
e todas as outras rimas
que também estão em falta.
[haicai do sincericídio]
faltam-lhe penas
é a sua pena
não terei pena
[haicai do atraso (ou da desilusão)]
o amor dorme cedo
e os rocks começam
tarde(s) demais.
[haicai da abstinência]
de tantas incertezas
há uma mais plena:
hoje pensei mais em
cigarros, vodka ou Milena?
mata primária
sonho com o retorno impossível para o estado original de conservação
ou qualquer última eufônica atualização
processos moderados de autodomínio
sem fulgor, sem avisos
sem sorrisos, sem abismos
(e se souberem onde ele está, guardem para vocês, como fizeram n'outrora)
maquiando sem usar as mãos
outros quefazeres tem meu metabolismo
trabalho só,
desde a aurora
do pioneirismo
embalar meu couro craniano, fagulhar em ártico
acender alfazema, preparar os cloroplastos
me livrar do doce do mar
das ondas verdes que empurram meu casco
dos ventos que me sopram demasiado desfavorável
- e eu não paro de catalisar -
te vendo em coevolução com meus microrganismos
com potencial hídrico e nutritivo
e uma fauna
fumando camel
chique, de bota, cor nude,
imóvel
aproveitando o estático atrito
poupando energia depois da ação antrópica
fulminante, irresponsável e só (apenas) industrialmente lógica
como eu queria ser mata primária
com povo tradicional
intocada pela colonização
desconhecida das almas dismórficas.
ou qualquer última eufônica atualização
processos moderados de autodomínio
sem fulgor, sem avisos
sem sorrisos, sem abismos
(e se souberem onde ele está, guardem para vocês, como fizeram n'outrora)
maquiando sem usar as mãos
outros quefazeres tem meu metabolismo
trabalho só,
desde a aurora
do pioneirismo
embalar meu couro craniano, fagulhar em ártico
acender alfazema, preparar os cloroplastos
me livrar do doce do mar
das ondas verdes que empurram meu casco
dos ventos que me sopram demasiado desfavorável
- e eu não paro de catalisar -
te vendo em coevolução com meus microrganismos
com potencial hídrico e nutritivo
e uma fauna
fumando camel
chique, de bota, cor nude,
imóvel
aproveitando o estático atrito
poupando energia depois da ação antrópica
fulminante, irresponsável e só (apenas) industrialmente lógica
como eu queria ser mata primária
com povo tradicional
intocada pela colonização
desconhecida das almas dismórficas.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
vende-se essa letra! pra sair rápido! contato inbox ou pelo zap
suas janelas margeadas possuídas
seus cílios tom sincero de armadilha
o vento rua à cima cospe chuva
casal preto parte forte rumo à fuga
astro instinto ilumina, fátuo fogo
nossos poros devolvendo o mal agouro
flora ébria, cê parece grito feliz rouco
afinada explosão afim de tudo
{e eu de longe rio, cê de longe nada vê
cê de perto poço fundo, tristeza desvanescer
ainda escondo, sei, mas
quando chover eu quero entrar
não tô fugindo agora, não
é paciência, não quero errar}
flor de maracujá-do-mato, vinga!
a natureza tende ao equilíbrio
pro solstício de inverno, lamparina
a gente rabiscando o precipício
e no escuro, rindo (3x)
animais analíticos
Rezemos
em quando sempre o instinto reina
eram as minhas rezas, - eu revelo -
de olhos fechados e alma aberta
enquanto a cinemática, impulso
e troca de calor se mantinham variadas e/ou retas
bailando com as minhas palavras sacras
- galopam, feito raio de trovão bem alto,
fragmentam + os feixes de luz incerta -
me mostra, briófita, quais são os seus musgos
sentido e direção,
vetores de mesmo módulo,
ora opostos, que algebricamente se anulam
Ave Maria, cheia de graça
e só a senhora mesmo:
bendito o ritual da seletiva devoção
bendito, do vosso ventre, é o fruto
(o que as minhas encantadas pupilas miram)
bendito estes infindos movimentos de paixão
com o mantra do Terço; "mais forte": do Credo
randômico morfológico, neurocirurgião:
por onde os amigos do circo real martineli andam?
improvisada oração, como ajudava a dormir
os monstros a sumirem do teto
quando você diz que é bom me amar
nós sempre entrando pelos portões do céu
sem ter hora de partir
mesmo eu desejando o fim
fôlego cético ainda
crendo em deus pai todo poderoso,
do céu? criador de nada, cultura a mim
mentalizo uma Salve Mãe Rainha
enquanto os fluidos seguem sua mecânica
a gravidade é deliciada em nossa cama
o córtex, o metabolismo,
epidermes suadas, ao dente, ardentes
Seja feita a vossa vontade
carangueijeira do caos à lama
como era no princípio
agora e sempre, sério
sendo aeróbio ativo
raiz de manguezal com fototropismo positivo
esperando a sua Instituição da Eucaristia
para me batizar no Rio Jordão
nos banhar em cada mistério
provar cada comida típica
nos notar espécimes vivos
eukarya, animalia, chordata, vertebrata, mamalia, primata, hominidae,
homo sapiens
a serem competidos na terra, todavia
tendo em vista a nossa saliva
diante dos fatos apresentados
conclui-se que a piedade divina
sempre guarda, rege e ilumina
- mas não governa -
nosso tempo, améns e espaço
santificifado é o vosso corpo
abençoado seja o nosso laço
outro Ave Maria
n'outra orgânica isomeria
outras galáxias se criam
num colapso energético.
de repente:
o senhor é convosco
ele está no meio de nós
minhas súplicas se encerram
nossos sorrisos são oniscientes,
quenteletromagnéticos
onipotentes e onipresentes.
eram as minhas rezas, - eu revelo -
de olhos fechados e alma aberta
enquanto a cinemática, impulso
e troca de calor se mantinham variadas e/ou retas
bailando com as minhas palavras sacras
- galopam, feito raio de trovão bem alto,
fragmentam + os feixes de luz incerta -
me mostra, briófita, quais são os seus musgos
sentido e direção,
vetores de mesmo módulo,
ora opostos, que algebricamente se anulam
Ave Maria, cheia de graça
e só a senhora mesmo:
bendito o ritual da seletiva devoção
bendito, do vosso ventre, é o fruto
(o que as minhas encantadas pupilas miram)
bendito estes infindos movimentos de paixão
com o mantra do Terço; "mais forte": do Credo
randômico morfológico, neurocirurgião:
por onde os amigos do circo real martineli andam?
improvisada oração, como ajudava a dormir
os monstros a sumirem do teto
quando você diz que é bom me amar
nós sempre entrando pelos portões do céu
sem ter hora de partir
mesmo eu desejando o fim
fôlego cético ainda
crendo em deus pai todo poderoso,
do céu? criador de nada, cultura a mim
mentalizo uma Salve Mãe Rainha
enquanto os fluidos seguem sua mecânica
a gravidade é deliciada em nossa cama
o córtex, o metabolismo,
epidermes suadas, ao dente, ardentes
Seja feita a vossa vontade
carangueijeira do caos à lama
como era no princípio
agora e sempre, sério
sendo aeróbio ativo
raiz de manguezal com fototropismo positivo
esperando a sua Instituição da Eucaristia
para me batizar no Rio Jordão
nos banhar em cada mistério
provar cada comida típica
nos notar espécimes vivos
eukarya, animalia, chordata, vertebrata, mamalia, primata, hominidae,
homo sapiens
a serem competidos na terra, todavia
tendo em vista a nossa saliva
diante dos fatos apresentados
conclui-se que a piedade divina
sempre guarda, rege e ilumina
- mas não governa -
nosso tempo, améns e espaço
santificifado é o vosso corpo
abençoado seja o nosso laço
outro Ave Maria
n'outra orgânica isomeria
outras galáxias se criam
num colapso energético.
de repente:
o senhor é convosco
ele está no meio de nós
minhas súplicas se encerram
nossos sorrisos são oniscientes,
quenteletromagnéticos
onipotentes e onipresentes.
vitrola (2016)
(https://www.youtube.com/watch?v=qFfrZx8zWbU)
se seu corpo fosse disco
queria que minha língua
fosse agulha sessentista
que em 78 rotações
transmuta físico em som
tendencia, toca, no tom
suaviza, sem arranhar,
subversiva forma de artista
mas que abre as suas costas
em todas as abstratas ações
canta que sertão vai virar mar
vir amar as suas faixas
suas vocais cordas implícitas
seu ar de tigre-de-papel
que me acha nos lençóis da casa
e lembra que eu, ser-vitrola,
sou só mais um pós-tropicalista
que sonha sempre
em te girar.
se seu corpo fosse disco
queria que minha língua
fosse agulha sessentista
que em 78 rotações
transmuta físico em som
tendencia, toca, no tom
suaviza, sem arranhar,
subversiva forma de artista
mas que abre as suas costas
em todas as abstratas ações
canta que sertão vai virar mar
vir amar as suas faixas
suas vocais cordas implícitas
seu ar de tigre-de-papel
que me acha nos lençóis da casa
e lembra que eu, ser-vitrola,
sou só mais um pós-tropicalista
que sonha sempre
em te girar.
rebobinando a fita de todos os meus erros
supondo que o espaço-tempo é uma rua
volto artista, bailarino, barman e cozinheiro, se inteiro
ou simplesmente devorado, fim!, sem apelos…
mas sabendo que alcançaria todas as notas, se fosse música
acertaria todas as esquivas, se fosse luta
pescaria a lua, de novo, por aqueles olhos negros
baixando todos os santos que meu corpo aguenta
sentado no meio-fio, arrumando briga
(discutindo com os donos pagamentos e preços)
a vida é um caos e causar sempre fisga
como anzol, que depois vem dor
(sem solidez) pois ansiedade atormenta
(sem solitude) pois tristeza chega e fica
(sem sermão) pois, por favor!!!
mesas de bares não se limpam sozinhas
“tudo que é sólido se desmancha no ar”
é mentira esse tal de amor
todos nós seremos carniça
não me venha com pudor
só almejo o que mereço
essa rua nem é minha
nem a garrafa e nem os cigarros
só a consciência de raça, classes
e de que eu não posso voltar no tempo
simplesmente perdi as chaves
meu Timberland que não foi pago
meu chip Vivo sem créditos
meu corpo negro sem físico afago
fumaçante à lua como gelo em cachaça
impactante aos envolvidos como truco alto em praça
farsante tecendo agora linhas sem nexo
tentando recobrar os sentidos
o tempo todo tentando recobrar os sentidos
martelando sempre a porra dos sentidos
os sentidos são instáveis e muito eletronegativos
Laroyê, Seu Tranca Rua, ilumine os meus sentidos
que eu sinta outros infinitos
que se eu for mamãe chora
Ana Paula Slova fica sem água e comida
Armaria Lonely Boy sem saber o que é prestígio
Agronomia lá pros ricos,
o meu povo sem escora
bem por isso Bete ora,
liga, ama, cuida, chora,
Deus, brinca, ora, ri
que esteja longe essa tal hora
Amém que seja assim!
mais tranquilo, melhor sentindo,
rua, bairro, cidade, estado, país,
quase outra espécie agora
obedecendo mãe e amigos
sem malineza
cansado de chorar
cansado de (não) ser sexy
sem boemia
focado no êxito ecológico
- que infelizmente dura pouco:
em um surto positivo -
sobrevivendo à agonia.
volto artista, bailarino, barman e cozinheiro, se inteiro
ou simplesmente devorado, fim!, sem apelos…
mas sabendo que alcançaria todas as notas, se fosse música
acertaria todas as esquivas, se fosse luta
pescaria a lua, de novo, por aqueles olhos negros
baixando todos os santos que meu corpo aguenta
sentado no meio-fio, arrumando briga
(discutindo com os donos pagamentos e preços)
a vida é um caos e causar sempre fisga
como anzol, que depois vem dor
(sem solidez) pois ansiedade atormenta
(sem solitude) pois tristeza chega e fica
(sem sermão) pois, por favor!!!
mesas de bares não se limpam sozinhas
“tudo que é sólido se desmancha no ar”
é mentira esse tal de amor
todos nós seremos carniça
não me venha com pudor
só almejo o que mereço
essa rua nem é minha
nem a garrafa e nem os cigarros
só a consciência de raça, classes
e de que eu não posso voltar no tempo
simplesmente perdi as chaves
meu Timberland que não foi pago
meu chip Vivo sem créditos
meu corpo negro sem físico afago
fumaçante à lua como gelo em cachaça
impactante aos envolvidos como truco alto em praça
farsante tecendo agora linhas sem nexo
tentando recobrar os sentidos
o tempo todo tentando recobrar os sentidos
martelando sempre a porra dos sentidos
os sentidos são instáveis e muito eletronegativos
Laroyê, Seu Tranca Rua, ilumine os meus sentidos
que eu sinta outros infinitos
que se eu for mamãe chora
Ana Paula Slova fica sem água e comida
Armaria Lonely Boy sem saber o que é prestígio
Agronomia lá pros ricos,
o meu povo sem escora
bem por isso Bete ora,
liga, ama, cuida, chora,
Deus, brinca, ora, ri
que esteja longe essa tal hora
Amém que seja assim!
mais tranquilo, melhor sentindo,
rua, bairro, cidade, estado, país,
quase outra espécie agora
obedecendo mãe e amigos
sem malineza
cansado de chorar
cansado de (não) ser sexy
sem boemia
focado no êxito ecológico
- que infelizmente dura pouco:
em um surto positivo -
sobrevivendo à agonia.
Rumbora!
que amanhã eu caio na estrada
já escrevi uma carta de despedida pra Ana Paula
(um dia eu volto pra te buscar)
com pessimismo (eu aceito essa tara)
entendo também, assim, a complexidade do meu ar
estudei Meteorologia Aplicada
só trocaria “aos Sistemas Florestais” por “para saber voar”
chegaria rápido e seguro ao meu destino(?)
sem peleja, perrengue,
descansado menino,
mas sem histórias, com mais quilos,
sem tanto me emocionar…
pseudo-cientista, a Terceira Lei da Termodinâmica, sigo,
sendo prolixo, afirmo,
“de vez em quando penso, atrevido:
vivi mais que minhas músicas
andei mais que os meus filmes
menti mais que os meus livros (que eu disse ter lido)
fiquei doente da cabeça por minha escrita simples
enfermo do corpo por devaneios e ações tristes
moribundo,
quase senh’alma pelas palavras sem ouvintes”
um emaranhado de tecidos
alheio a tudo o que é produzido
mas provavelmente em riste
no momento crítico,
selecionando o absorvido
e concluindo o meu palpite
Alarme!
ninguém algo explica, no máximo arrisca
“o que não se torna palavra, se torna sintoma”, Freud disse
não que eu leia Freud, quem alertou foi a analista,
ser incrível, da Mata, Dra. Eliade
não que eu aceite o fragmento de uma produção
(eu, fractal que complica)
como um retalho de um vestido,
sem ver a final-obra do alfaiate
sem saber o histórico, material e os pensares
mas é isso que arrisco!
vetores com mesmo módulo e direção, em sentidos opostos
que se anulam, numa grande falsa verdade
ambos ensinam e aprendem, ganham sempre intensidade
somos uma emboleira do que ouvimos
com a prática em contraste
tudo tende, nada é,
nós mentimos sem massagem
coitado do nosso filtro
abençoada a nossa Arte
mais profundidade sempre existe
- é impossível atingir o 0 absoluto -
dizer que a natureza é perfeita é um crime
não que eu não ensinarei isso aos meus filhos
há vida nítida antes dos vultos
filha, somos tudo aquilo que lemos,
todos os lugares que andamos
o que espera é o tédio,
o que ancora é o remo,
o capitalismo dá a doença e vende o remédio:
somos certezas em agulhas
em terras povoadas por cegos
somos as mais perfeitas contradições
em busca da sobrevivência
do rompimento do estado de latência
sementes em quebra de dormência,
burlando o aparente luto
(diferente de quiescência)
sedentos pela maestria
ainda querem conhecer lugares novos, pessoas novas,
apaixonar de novo? sim, depois de tudo!
quem diria…
tocar decentemente um instrumento, dessa vez dizer mais “Ôxe!”
fazer dança ou teatro, letras ou engenharia
pegar músicas de ouvido (pau no cu do Cifra Club)
o sonho de um certo money
nunca faltar açafrão
o sonho de ser mais forte
o sonho da não-aflição
nunca mais contar com a sorte
pra isso, é óbvio, presença e calma no coração
(calma, calma, calma, calma, calma!)
de novo, sem medo, cair na estrada
23 ainda é novo,
tudo foi um grande nada
ir em busca dessas curas
ir em busca dessa alma
aceitar O Andarilho,
aceitar que nada para.
já escrevi uma carta de despedida pra Ana Paula
(um dia eu volto pra te buscar)
com pessimismo (eu aceito essa tara)
entendo também, assim, a complexidade do meu ar
estudei Meteorologia Aplicada
só trocaria “aos Sistemas Florestais” por “para saber voar”
chegaria rápido e seguro ao meu destino(?)
sem peleja, perrengue,
descansado menino,
mas sem histórias, com mais quilos,
sem tanto me emocionar…
pseudo-cientista, a Terceira Lei da Termodinâmica, sigo,
sendo prolixo, afirmo,
“de vez em quando penso, atrevido:
vivi mais que minhas músicas
andei mais que os meus filmes
menti mais que os meus livros (que eu disse ter lido)
fiquei doente da cabeça por minha escrita simples
enfermo do corpo por devaneios e ações tristes
moribundo,
quase senh’alma pelas palavras sem ouvintes”
um emaranhado de tecidos
alheio a tudo o que é produzido
mas provavelmente em riste
no momento crítico,
selecionando o absorvido
e concluindo o meu palpite
Alarme!
ninguém algo explica, no máximo arrisca
“o que não se torna palavra, se torna sintoma”, Freud disse
não que eu leia Freud, quem alertou foi a analista,
ser incrível, da Mata, Dra. Eliade
não que eu aceite o fragmento de uma produção
(eu, fractal que complica)
como um retalho de um vestido,
sem ver a final-obra do alfaiate
sem saber o histórico, material e os pensares
mas é isso que arrisco!
vetores com mesmo módulo e direção, em sentidos opostos
que se anulam, numa grande falsa verdade
ambos ensinam e aprendem, ganham sempre intensidade
somos uma emboleira do que ouvimos
com a prática em contraste
tudo tende, nada é,
nós mentimos sem massagem
coitado do nosso filtro
abençoada a nossa Arte
mais profundidade sempre existe
- é impossível atingir o 0 absoluto -
dizer que a natureza é perfeita é um crime
não que eu não ensinarei isso aos meus filhos
há vida nítida antes dos vultos
filha, somos tudo aquilo que lemos,
todos os lugares que andamos
o que espera é o tédio,
o que ancora é o remo,
o capitalismo dá a doença e vende o remédio:
somos certezas em agulhas
em terras povoadas por cegos
somos as mais perfeitas contradições
em busca da sobrevivência
do rompimento do estado de latência
sementes em quebra de dormência,
burlando o aparente luto
(diferente de quiescência)
sedentos pela maestria
ainda querem conhecer lugares novos, pessoas novas,
apaixonar de novo? sim, depois de tudo!
quem diria…
tocar decentemente um instrumento, dessa vez dizer mais “Ôxe!”
fazer dança ou teatro, letras ou engenharia
pegar músicas de ouvido (pau no cu do Cifra Club)
o sonho de um certo money
nunca faltar açafrão
o sonho de ser mais forte
o sonho da não-aflição
nunca mais contar com a sorte
pra isso, é óbvio, presença e calma no coração
(calma, calma, calma, calma, calma!)
de novo, sem medo, cair na estrada
23 ainda é novo,
tudo foi um grande nada
ir em busca dessas curas
ir em busca dessa alma
aceitar O Andarilho,
aceitar que nada para.
(quase brando, acendo um fogo)
assim que passamos pela cerca, Sabiá
que em terras desconhecidas,
estímulo tão incrível arRaia
não conhecidas em territórios geofísicos
e quimeras
pela não presença anterior de toques
e sorrisos comunicatímidos
pelo não acontecimento do encontro repetitivo
daquelas línguas
pela absurdez do universo em separar o ar e a terra
os difundir e os agregar:
fazendo competir na sinuca, nos horários de sono, na imensidão da ansiedade
+ na falta de rotina
lábios que, juntos, são da cidade os mais bonitos
enquanto gritávamos com nossos diferentes sotaques que odiávamos nossas artes
em madrugadas intermináveis de um tempo vertiginoso
tocadas por instrumentos que dizemos não gostar
(a propósito, acho incrível quando resolve me mostrar algo novo)
como às que planejamos viagens em últimas caronas-vôos
sendo deus e deusa
brindando serenos por dividir a mesma
dimensão do espaço-tempo
por não confiarmos um no outro mas mesmo assim fecharmos os olhos
numa tentativa de achar a resposta para o grande questionamento:
“há leveza no caos?” (não)
com traços livres e tinta seca
há real acalento? (não sei)
questiono à Íris, respingo, cometa
diretamente proporcional ao tamanho dos seus cílios
que margeiam possuídas janelas negras
(avermelhadas, castanhas, de sol)
sem respostas, seguindo o princípio da incerteza
plantando uma árvore na cozinha
esquentando o amor, livrando-o da cela
seu corpo magia e sua alma de fera
menina bonita da Zona da Mata
graças a Deus, fui àquela festa
canina-felina, se pá me espreita
fácil ver a lua crescente não será
atrito estático rompido foi mais difícil
e juro, cinematicamente retilíneo uniforme, te adular
leve como cinema que nunca fomos
leve flor pluma, se existir, perfeita
avoa!
projeta
desenha em tudo que suas mãos alcançarem,
vai além!
transforma tudo que seus lábios cantarem
expressionista de todo jeito
suave? ai de quem
te cheirar e decorar
e não aproveitar o efeito
da bruxa taurina, das plantas que nascem,
cidades que só descem
cidades que nos latem
que o manco não venha,
que durma até tarde.
que em terras desconhecidas,
estímulo tão incrível arRaia
não conhecidas em territórios geofísicos
e quimeras
pela não presença anterior de toques
e sorrisos comunicatímidos
pelo não acontecimento do encontro repetitivo
daquelas línguas
pela absurdez do universo em separar o ar e a terra
os difundir e os agregar:
fazendo competir na sinuca, nos horários de sono, na imensidão da ansiedade
+ na falta de rotina
lábios que, juntos, são da cidade os mais bonitos
enquanto gritávamos com nossos diferentes sotaques que odiávamos nossas artes
em madrugadas intermináveis de um tempo vertiginoso
tocadas por instrumentos que dizemos não gostar
(a propósito, acho incrível quando resolve me mostrar algo novo)
como às que planejamos viagens em últimas caronas-vôos
sendo deus e deusa
brindando serenos por dividir a mesma
dimensão do espaço-tempo
por não confiarmos um no outro mas mesmo assim fecharmos os olhos
numa tentativa de achar a resposta para o grande questionamento:
“há leveza no caos?” (não)
com traços livres e tinta seca
há real acalento? (não sei)
questiono à Íris, respingo, cometa
diretamente proporcional ao tamanho dos seus cílios
que margeiam possuídas janelas negras
(avermelhadas, castanhas, de sol)
sem respostas, seguindo o princípio da incerteza
plantando uma árvore na cozinha
esquentando o amor, livrando-o da cela
seu corpo magia e sua alma de fera
menina bonita da Zona da Mata
graças a Deus, fui àquela festa
canina-felina, se pá me espreita
fácil ver a lua crescente não será
atrito estático rompido foi mais difícil
e juro, cinematicamente retilíneo uniforme, te adular
leve como cinema que nunca fomos
leve flor pluma, se existir, perfeita
avoa!
projeta
desenha em tudo que suas mãos alcançarem,
vai além!
transforma tudo que seus lábios cantarem
expressionista de todo jeito
suave? ai de quem
te cheirar e decorar
e não aproveitar o efeito
da bruxa taurina, das plantas que nascem,
cidades que só descem
cidades que nos latem
que o manco não venha,
que durma até tarde.
Bahia de São Salvador (2018)
desejo Itapuã, sorrateiro que sou
chego com o vento, armo a barraca
(morada na praia é a coisa mais amada)
faço fogueira e aqueço o frio que restou
compro 3 piriguete, faço amizade com 3 pivete
(só tem cerveja gelada e piva sangue bom nesse lugar)
lembrando com carinho de La Luna, meu antigo canivete
rimando de jeito pobre porque sou de exatas
sabendo que nem pra fazer conta eu sou expert
e pra isso tem fórmula, de mãos atadas, tabuadas
receita de bolo…
vai ver o mundo é mesmo dos espertos e eu só sou mais um tolo
apaixonado, inseguro, volátil, amador
que a nível de homem não ultrapassa o progenitor
menino artista que de arte só tem os cachos
escultura natural, inversa aos lisos fios da dor
por insistir na diferença do mesmo ardor
por que eu fujo sempre que não dou conta?
ah, é, não entendo de fórmulas
só queria dançar pagodão
ser chamado de david luiz
encher o cu de thc
(não vai ter mais rimas aqui)
porque perdi toda a métrica que restava na vida
perdi amigos, amor e família
enquanto no Pelô turistas fotografavam
eu ficando bravo mas me preenchendo de algo
(realmente, é linda essa cor)
com mais um motivo para descarrego
Bonfim, Abaeté, Elevador
BaianaSystem, Àttooxxá, qualquer tambor.
pena que a barraca foi deixada pra trás
o sistema é capitalista e o dinheiro não existe mais
(e olha que vendi minha alma, mas gastei tudo com San Marino)
o esquecimento agora será à todo vapor
pelo menos vou pegar minha chave, que com ela ficou
os zines um dia sairão da cabeça
um dia vestirei a tal da beca
terei níveis adequados de cortisol
comprar abadá de camarote
ver Baco cantar, se tiver sorte
com o coração emendado, ainda que com cerol
tatuagens que façam real sentido
sentir que não sou, pela polícia, oprimido
ter meu corpo beijado pelo sol
sem lembrar dos lábios mais lindos que tive o prazer de conhecer
- na Zona da Mata que mora tantos mistérios -
nunca mais esquecer:
gosto muito de plantas e animais
principalmente insetos
todos os seus jeitos sérios
indecisos, deletérios…
mas esse poema era sobre Salvador
não quero mais me arrastar na estrada ilusória de qualquer “reciprocidade”
eu não mereço uma morte lenta
nem viver bem, como talvez tu pensa
mereço morrer rápido!
ao contrário do que tu sabe
de loucura, carnaval e viagens
tentativas, cidades e beiras de asfalto.
chego com o vento, armo a barraca
(morada na praia é a coisa mais amada)
faço fogueira e aqueço o frio que restou
compro 3 piriguete, faço amizade com 3 pivete
(só tem cerveja gelada e piva sangue bom nesse lugar)
lembrando com carinho de La Luna, meu antigo canivete
rimando de jeito pobre porque sou de exatas
sabendo que nem pra fazer conta eu sou expert
e pra isso tem fórmula, de mãos atadas, tabuadas
receita de bolo…
vai ver o mundo é mesmo dos espertos e eu só sou mais um tolo
apaixonado, inseguro, volátil, amador
que a nível de homem não ultrapassa o progenitor
menino artista que de arte só tem os cachos
escultura natural, inversa aos lisos fios da dor
por insistir na diferença do mesmo ardor
por que eu fujo sempre que não dou conta?
ah, é, não entendo de fórmulas
só queria dançar pagodão
ser chamado de david luiz
encher o cu de thc
(não vai ter mais rimas aqui)
porque perdi toda a métrica que restava na vida
perdi amigos, amor e família
enquanto no Pelô turistas fotografavam
eu ficando bravo mas me preenchendo de algo
(realmente, é linda essa cor)
com mais um motivo para descarrego
Bonfim, Abaeté, Elevador
BaianaSystem, Àttooxxá, qualquer tambor.
pena que a barraca foi deixada pra trás
o sistema é capitalista e o dinheiro não existe mais
(e olha que vendi minha alma, mas gastei tudo com San Marino)
o esquecimento agora será à todo vapor
pelo menos vou pegar minha chave, que com ela ficou
os zines um dia sairão da cabeça
um dia vestirei a tal da beca
terei níveis adequados de cortisol
comprar abadá de camarote
ver Baco cantar, se tiver sorte
com o coração emendado, ainda que com cerol
tatuagens que façam real sentido
sentir que não sou, pela polícia, oprimido
ter meu corpo beijado pelo sol
sem lembrar dos lábios mais lindos que tive o prazer de conhecer
- na Zona da Mata que mora tantos mistérios -
nunca mais esquecer:
gosto muito de plantas e animais
principalmente insetos
todos os seus jeitos sérios
indecisos, deletérios…
mas esse poema era sobre Salvador
não quero mais me arrastar na estrada ilusória de qualquer “reciprocidade”
eu não mereço uma morte lenta
nem viver bem, como talvez tu pensa
mereço morrer rápido!
ao contrário do que tu sabe
de loucura, carnaval e viagens
tentativas, cidades e beiras de asfalto.
nunca lavou o banheiro (poxa)
se ele usa qualquer coisa
fica fora e destapada
casa suja, fogão, pia
louça e roupa acumulada
luz acesa, outra acesa
CEMIGargalhando
o sinhôzin nunca passou
uma vassoura na casa
ei, vassoura, amigo-amigo, vassoura!
que prazer seria o meu ver os dois se amando
se ele usa o fogão
gás fica destrancado
deixa a comida (que eu fiz) queimar,
tô me queimando
tudo tá fora do lugar
grudou, caiu? me espera…
pra deixar tudo arrumado é só eu chegando
se ele usa o pente
sempre fica todo encabelado
sempre mente
se desculpa,
nunca tá errado
e esse samba se aflige por sua política
sua saliva que escorre no termo "Anarquista"
mundão é grande, nós pequeno
menor que farinha
mas tira o lixo, faça o seu
ajude a famía!
ucê tem sorte, num tem cor
pra colorir justiça
a paz é branca e não existe, igual sua empatia
ô doutora, eu tô ficando é aperreado
tô trabalhando, estudando, todo explorado
a falha minha nisso é a passividade
é dó, é culpa, é sentimento,
é outras gratidão
mas massifico, vou me enchendo, meu material
(in)felizmente é o que acontece com todo balão
se tem uma coisa que eu não gosto,
essa coisa é a escora
é triste sua incapacidade de resolução
"eu vou trazer meu guarda-roupa", é só papo e demora
fácil mermo é deixar tud'embolad no chão
só tô falando de bagunça nessas linhas ácidas
para o dinheiro e as drogas tem que ter outra canção
(... seeee) ele faz alguma coisa é lento e mal-feito
coisa de branco, de cristão, q'num vêi'do sertão
mas vou fechando esse lamento, concluir agora
desabafei, vou resolver!, botar tudo pra fora
na Teoria cês entendem, intelectuais de bosta
fala, falam, fala, falam
e reproduz a História.
fica fora e destapada
casa suja, fogão, pia
louça e roupa acumulada
luz acesa, outra acesa
CEMIGargalhando
o sinhôzin nunca passou
uma vassoura na casa
ei, vassoura, amigo-amigo, vassoura!
que prazer seria o meu ver os dois se amando
se ele usa o fogão
gás fica destrancado
deixa a comida (que eu fiz) queimar,
tô me queimando
tudo tá fora do lugar
grudou, caiu? me espera…
pra deixar tudo arrumado é só eu chegando
se ele usa o pente
sempre fica todo encabelado
sempre mente
se desculpa,
nunca tá errado
e esse samba se aflige por sua política
sua saliva que escorre no termo "Anarquista"
mundão é grande, nós pequeno
menor que farinha
mas tira o lixo, faça o seu
ajude a famía!
ucê tem sorte, num tem cor
pra colorir justiça
a paz é branca e não existe, igual sua empatia
ô doutora, eu tô ficando é aperreado
tô trabalhando, estudando, todo explorado
a falha minha nisso é a passividade
é dó, é culpa, é sentimento,
é outras gratidão
mas massifico, vou me enchendo, meu material
(in)felizmente é o que acontece com todo balão
se tem uma coisa que eu não gosto,
essa coisa é a escora
é triste sua incapacidade de resolução
"eu vou trazer meu guarda-roupa", é só papo e demora
fácil mermo é deixar tud'embolad no chão
só tô falando de bagunça nessas linhas ácidas
para o dinheiro e as drogas tem que ter outra canção
(... seeee) ele faz alguma coisa é lento e mal-feito
coisa de branco, de cristão, q'num vêi'do sertão
mas vou fechando esse lamento, concluir agora
desabafei, vou resolver!, botar tudo pra fora
na Teoria cês entendem, intelectuais de bosta
fala, falam, fala, falam
e reproduz a História.
(sempre gostei de fogos)
se meu querer destrutivo
é afunilado à queima,
por teu fogo caçador
- arqueiro de hevelius -
clamo eu, desinibido
pois, oposto complementar,
desafinado combustível
sol e quase todo ar
duplamente desaflito
à físico-química atesto:
nossos quadris em colisão
catalisarão, sem parar
para todo o universo
o mais poético calor
a mais linda combustão.
é afunilado à queima,
por teu fogo caçador
- arqueiro de hevelius -
clamo eu, desinibido
pois, oposto complementar,
desafinado combustível
sol e quase todo ar
duplamente desaflito
à físico-química atesto:
nossos quadris em colisão
catalisarão, sem parar
para todo o universo
o mais poético calor
a mais linda combustão.
Abstinência
Escorrem, aqui, mais linhas amargas...
Cafés fortes e farras
Fôlego, por cigarros, afoito
Garras precisamente serradas
Serras de minha região amada
O grito lento de um porco
Abstinência de makonha
Abstinência da sua tara
Abstinência de sentir nada
Abstinência do seu olho
Teto preto, na cara, lona
Energia elétrica, de novo, cortada
Nunca fui bom em ser estável
Sempre tive fama de doido
De repetir as mesmas palavras
Melancólico e alcoólatra
Desculpando-se pelas rimas gastas.
Abstinência de ser fogo
Abstinência de criatividade
Abstinência de histórias
Abstinência do seu jogo
Eu, que realmente sou da roça,
Mesmo estando sempre alarde
Na fossa ou forca, quase morto,
Me esqueci de ser instantes
Me perdi pela cidade
Me perdi em suas coxas
Me-perdemos, incapazes,
Me perdi por ser farsante
Teatral de falhas artes
Eu não li, não tive forças
Preferi as nossas palavras
(Olhares, atritos, que batem)
Preferi as nossas bocas
Erros acumulam em batalhas
Ossos cansam nas andanças
Então, estruturaria a alma
Lavaria mais as louças
Lavaria a garrafa
Lavaria a minha bolsa
Sabia bioquímica, microbiologia,
de seleção natural e estatística
Pelo visto só em lousa
Misturava café que não era do dia
Misturava alimentos por simples preguiça
Sem ver que intoxicava o espírito
Cachaça, cadernos e orgias
Livros, paixões e academia
Perdi tempo apenas aprendendo
(ciente do conflito Praxis et Doctrina)
ao não antes dizer "me rendo!"
Do que adianta haicai e poesia
Desenhos e melancolia?
Só perdi dinheiro e tempo
A minha paz e a paciência
Atrás do acerto, por culpa minha
Então logo sento e penso:
Te perdi por impotência,
Não me senti um faraó
Me rebaixando, inseguro,
Me sabotando em latência
Sofrendo de abstinência
Abstinência de calma
Abstinência de ser puro
Abstinência de "que seja!"
Abstinência de presença
Em uma cruel busca (risos)
pela mente amena
Contradição que envenena
De tantas incertezas
Há uma mais plena
Hoje pensei mais:
em cigarros, morte,
vodka ou Helenas?
Cafés fortes e farras
Fôlego, por cigarros, afoito
Garras precisamente serradas
Serras de minha região amada
O grito lento de um porco
Abstinência de makonha
Abstinência da sua tara
Abstinência de sentir nada
Abstinência do seu olho
Teto preto, na cara, lona
Energia elétrica, de novo, cortada
Nunca fui bom em ser estável
Sempre tive fama de doido
De repetir as mesmas palavras
Melancólico e alcoólatra
Desculpando-se pelas rimas gastas.
Abstinência de ser fogo
Abstinência de criatividade
Abstinência de histórias
Abstinência do seu jogo
Eu, que realmente sou da roça,
Mesmo estando sempre alarde
Na fossa ou forca, quase morto,
Me esqueci de ser instantes
Me perdi pela cidade
Me perdi em suas coxas
Me-perdemos, incapazes,
Me perdi por ser farsante
Teatral de falhas artes
Eu não li, não tive forças
Preferi as nossas palavras
(Olhares, atritos, que batem)
Preferi as nossas bocas
Erros acumulam em batalhas
Ossos cansam nas andanças
Então, estruturaria a alma
Lavaria mais as louças
Lavaria a garrafa
Lavaria a minha bolsa
Sabia bioquímica, microbiologia,
de seleção natural e estatística
Pelo visto só em lousa
Misturava café que não era do dia
Misturava alimentos por simples preguiça
Sem ver que intoxicava o espírito
Cachaça, cadernos e orgias
Livros, paixões e academia
Perdi tempo apenas aprendendo
(ciente do conflito Praxis et Doctrina)
ao não antes dizer "me rendo!"
Do que adianta haicai e poesia
Desenhos e melancolia?
Só perdi dinheiro e tempo
A minha paz e a paciência
Atrás do acerto, por culpa minha
Então logo sento e penso:
Te perdi por impotência,
Não me senti um faraó
Me rebaixando, inseguro,
Me sabotando em latência
Sofrendo de abstinência
Abstinência de calma
Abstinência de ser puro
Abstinência de "que seja!"
Abstinência de presença
Em uma cruel busca (risos)
pela mente amena
Contradição que envenena
De tantas incertezas
Há uma mais plena
Hoje pensei mais:
em cigarros, morte,
vodka ou Helenas?
clorofilas sinceras demais para serem reais (2017)
por entre todos os avisos de tente novamente
(e todos os ônibus que atrasavam enquanto trabalhadores perdiam suas entrevistas de emprego)
leio a Angústia do planeta que me emprestou
tal camisa de força que me força a burlar
tal qual Graciliano, com relativo menor amor,
todos os resquícios dessa falsa esperança
todas as ondas difíceis de surfar
pela dificuldade de pseudo-marciano
(falta água e amor aqui)
de passado-imperfeito-verbo que assentou
para todo capital cultural que estamos a passar
além de Bourdieu, às estilhaças armadas,
definhando belém do próprio reflexo de anjo-negro-caído
(que não pensa em voltar)
concluindo teu velho questionamento de não ser de Vénus
ou de Vinho, ou um vaso (sei lá).
Só traga, bebe, rega calado (sendo dono),
multiplica! alados, riscam
arriscam e falam (sendo escravos)
teus limites às entre-linhas, tendendo como em cálculo
ao ônus da prova, às folhas caídas que se amaciam
pela inspiração de um pecado capital
pela autoafirmação de discos novos de música brasileira
pelo exagero da verdade e saudades dos seus pêlos
alivando nosso sabor carnaval
ansiedade e arroz com açafrão,
minha gata Ana Paula e meu Padim Ciço
pela luz absorvida e sua organelar excitação
edição dessa estória e superioridade racial
que, convenhamos, não pode ser real.
(e todos os ônibus que atrasavam enquanto trabalhadores perdiam suas entrevistas de emprego)
leio a Angústia do planeta que me emprestou
tal camisa de força que me força a burlar
tal qual Graciliano, com relativo menor amor,
todos os resquícios dessa falsa esperança
todas as ondas difíceis de surfar
pela dificuldade de pseudo-marciano
(falta água e amor aqui)
de passado-imperfeito-verbo que assentou
para todo capital cultural que estamos a passar
além de Bourdieu, às estilhaças armadas,
definhando belém do próprio reflexo de anjo-negro-caído
(que não pensa em voltar)
concluindo teu velho questionamento de não ser de Vénus
ou de Vinho, ou um vaso (sei lá).
Só traga, bebe, rega calado (sendo dono),
multiplica! alados, riscam
arriscam e falam (sendo escravos)
teus limites às entre-linhas, tendendo como em cálculo
ao ônus da prova, às folhas caídas que se amaciam
pela inspiração de um pecado capital
pela autoafirmação de discos novos de música brasileira
pelo exagero da verdade e saudades dos seus pêlos
alivando nosso sabor carnaval
ansiedade e arroz com açafrão,
minha gata Ana Paula e meu Padim Ciço
pela luz absorvida e sua organelar excitação
edição dessa estória e superioridade racial
que, convenhamos, não pode ser real.
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