domingo, 12 de janeiro de 2020

água escura de mata ciliar

fumei no colo de oxum e mergulhei em seu ventre
turvo de muita água luciferina + corrente
pensei em consequências minerais de rochas exóticas
inseridas na curva do leito
para a flora, microfauna e história
vendo a água dobrar ao longe sob a mata fechada para-raios solares
só com os olhos de fora
entendi porque todos os mais velhos viram o cabôquin d'água
e nós não
que quase viramos piabas
do córgo santo
das águas barrosas e areiadas, dos barrancos
que ninguém mais viu, pulou
pela diversidade morfológica
eu não preciso ser ator
minha morte é escura, ferrão de bagre, cascuda
me espera no passado, em águas misteriosas
morada de cobras perigosas
chão movediço coberto de folha e flor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário