quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

persistência

o sono inalcançável
que me levita
é fisicamente implacável + desconectado
os sonhos que me assustam vêm montados à cavalo, com flecha e arco
o ar que te supera é a mesma combinação que os nossos organismos estão adaptados
mas insiste em dissipar quase que o tempo todo
eu não aguento mais o seu timbre rouco
e suas lagartas venenosas sorrindo neuroquímicas
eu não suporto tudo que eu queria,
sem precisar me ausentar,
se desmontar por causa do cansaço dos meus braços
que não abraçaram o mundo
não foram objetos da arte dos palhaços
taparam olhos, boca, ouvidos e narinas
e agora me acordam por pouco
antes que eu mergulhe nova-completamente em seu poço
da tua indecisão e dos meus maus bocados
equinócio simulado
confortável e corrosivo
o meu coração jurado.

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