sussurros dos estiletes fabricados no fogão à gás + um tubo de caneta + um apontador de lápis,
quebrado, junto com meu lado ruim > ao pé de meu ouvido como ventos esporádicos
de uma região densa, no carona de um caminhão
público, municipal,
sujo, estatal
com orgulho!
de dois lustrosos sorrisos observando pelas janelas fulgurantes do cyberpunk
o pós-modernismo obscuro, a inteligência artificial
se desdobrando culta às árvores de ritidoma áspero
do relativista carrasco
e distópico
onde a luta pela vida é ainda mais incessante, escancarada
- a humanidade cada vez mais ama as máquinas -
a terra desistente absoluta, a crença morta e robótica de um sistema amórfico
pois esse foi o curso historiográfico das páginas
a destruição total da personificação
o selvagismo implícito dos trânsitos caóticos
quando os jovens negros, alvos, caminhavam de tarde pelos matos e de noite pelas rodovias e treinando suas vozes e seus boxings e seus saltos e as suas mortes
desfilando suas ideias em seus tornozelos à mostra de cobras coral
iluminadas nos últimos segundos pelo celta farol
enamoradas, juntas, do lado da moita de capim
memórias distintas despertadas de um mesmo festim
evidenciando a mudança comportamental:
não acredito mais que tudo seja mentira!
pela evolução, guerras
e línguas
pelo conflito continental
que envolve camadas cebológicas, a marcha cega ao progresso e pela perfeição metálica
o aprimoramento de pontes em dimensões drásticas
que matam o minino pescador, banhadô, lavadô, panhadô de areia, animal
o rio cedro parado, escuro e fundo,
- que sempre foi raso e rápido, cortante, apedrejado, amarelo claro -
bombeado o tempo todo, cimentado
secando
que ninguém vê
assim como o Russão e o São Joaquim e o Das Pidrinha e o Mandassaia
> e eu não acredito mais em você
que sempre me manipulou
e eu volto a te amar e me odeio por isso
volto a amar as máquinas líquidas + pseudo laicas
volto a (te) observar, tudo numa luneta árida
que me embriagou e acabou com meus sentidos
me amarrou e matou de fome e sede
cachorro bravo na corda do fundo do terreiro + arteiro, banzeiro
perigando a corda quebrá e só fazer o costumeiro
vançar no menino triste porque não tem mais peixe nem sombra nem aroeira nem ingazeira
nem córgo e nem lito
acabou tudo...
só fica a vontade de ir embora dessa carne
ela não vai
as máquinas potencializam sua ação, distribuição e arbítrio
as megalópoles cinzas de fumaça e claras de tantas placas
leds, vôos, luzes,
bobos, performando:
luzes de cidade da perspectiva mais recente de criação são feixes de longe, de Rio Pardo, por fascínio,
Espinosa, Monte Azul, Mato Verde,
vendo daqui do Retiro
enquanto luzes de cidades dos primeiros cyborgs
com todos os códigos programáticos de realidades e poder
são só anúncios capitalistas de seus próprios existenciais sentidos.
o orgulho sangra e somos só bicho
em 2020 podemos ser
criança imaculada e mentirosa > fruto da construção do mundo novo do imperialismo
eu não acredito mais em você.
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