terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Escuta

Ouço, através das paredes, o incômodo de meias respostas

beirando o silêncio luminoso da Lua nova 

ou os passos tortos do meu eu+pobre+álcoolatra.

os cálculos não batem, as vozes trêmulas ressoam tardias, taquicardíacas, medrosas, sem harmonia

as contas não batem... 

eu conto ou você conta? 

eu transpasso a porta 

e meus erros escancaro? depois fujo a serpenteios largos, 

rastejando sobre o chão, mais alto

que minha dignidade 

+ minha força de vontade 

+ compromisso com a verdade?

porque sim, seu receio é nítido

[as suas ondas sonoras suspendem fracasso

suportam fiascos

cortam mais que cacos]

físico-químico

macroscópico

como meu ódio

que ressuscita toda manhã, malhando a cabeça, minha carência 

de ofício, 

+ meus vícios 

em alopáticos + nicotina + sadomasoquismo 

e a maldita inconclusão científica: graduado em papel de vítima, 

mirabolâncias seletivas 

e mudanças de vertentes, fora dos trilhos 

{amarrado no trem > amarrado nos trilhos > no controle da máquina > máquina à diesel} 

me arrependo de tudo, quero voltar a ser menino

pescar peixe no Cedro, estilingar ne passarinho

alertar a futura morte do Cedro e acerca das espécies em declínio

o espaço-tempo é uma ilusão > ilusões engolem corpos

enquanto eu engulo copos de pinga, corote, cerveja e sangue

esbarrando em outro sonho de óbito.

Sabe, acho horrível tudo que eu escrevo, 

repetitivo, carente de enredo, de sinônimos e de motivos, ora é conformismo, ora é sobre medo

nunca é tinta sobre óleo

grafite/carvão, instrumental, clássico, audiovisual, seresta, repente, criações, cultivos {cana, feijão e milho}

não é o Reis cantado aqui, o forró de todo domingo, das festas de Junho do padroeiro

Santo Antônio perdoará a minha audácia, certeza!

fechará as cortinas dessa chapada,

'que um dia eu me Retiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário