Ouço, através das paredes, o incômodo de meias respostas
beirando o silêncio luminoso da Lua nova
ou os passos tortos do meu eu+pobre+álcoolatra.
os cálculos não batem, as vozes trêmulas ressoam tardias, taquicardíacas, medrosas, sem harmonia
as contas não batem...
eu conto ou você conta?
eu transpasso a porta
e meus erros escancaro? depois fujo a serpenteios largos,
rastejando sobre o chão, mais alto
que minha dignidade
+ minha força de vontade
+ compromisso com a verdade?
porque sim, seu receio é nítido
[as suas ondas sonoras suspendem fracasso
suportam fiascos
cortam mais que cacos]
físico-químico
macroscópico
como meu ódio
que ressuscita toda manhã, malhando a cabeça, minha carência
de ofício,
+ meus vícios
em alopáticos + nicotina + sadomasoquismo
e a maldita inconclusão científica: graduado em papel de vítima,
mirabolâncias seletivas
e mudanças de vertentes, fora dos trilhos
{amarrado no trem > amarrado nos trilhos > no controle da máquina > máquina à diesel}
me arrependo de tudo, quero voltar a ser menino
pescar peixe no Cedro, estilingar ne passarinho
alertar a futura morte do Cedro e acerca das espécies em declínio
o espaço-tempo é uma ilusão > ilusões engolem corpos
enquanto eu engulo copos de pinga, corote, cerveja e sangue
esbarrando em outro sonho de óbito.
Sabe, acho horrível tudo que eu escrevo,
repetitivo, carente de enredo, de sinônimos e de motivos, ora é conformismo, ora é sobre medo
nunca é tinta sobre óleo
grafite/carvão, instrumental, clássico, audiovisual, seresta, repente, criações, cultivos {cana, feijão e milho}
não é o Reis cantado aqui, o forró de todo domingo, das festas de Junho do padroeiro
Santo Antônio perdoará a minha audácia, certeza!
fechará as cortinas dessa chapada,
'que um dia eu me Retiro.